
O Papa Francisco seguiu nesta sexta-feira, 5 de março,
para a primeira viagem de um Pontífice ao Iraque, a qual ele próprio disse
realizar como peregrino de paz e esperança, mas que tem lições a dar aos
cristãos de todo o mundo, segundo analisa o presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo.
“A missão do Papa Francisco no
Iraque é rica de lições para o mundo, especialmente no que se refere ao diálogo
inter-religioso e ao compromisso cristão de promover a paz”, declarou o também
Arcebispo de Belo Horizonte (MG), em entrevista a Vatican News.
Dom Walmor recordou que nesta viagem,
o Santo Padre encontrará “um país que sofre com a guerra, em que a população
está em permanente estado de medo” e “uma nação de maioria muçulmana”, onde os
cristãos representam 1,5% da população.
Durante sua estadia no Iraque,
que vai até 8 de março, o Pontífice fará uma visita à capital, Bagdá; à terra
natal de Abraão, Ur; às cidades “mártires” de Qaraqosh e Mosul, marcadas pela
violência do Estado Islâmico; e à capital do Curdistão iraquiano, Erbil.
Em sua programação no país
árabe, além de encontros com autoridades civis, bispos, sacerdotes, religiosos,
o Santo Padre também visitará o Grande Aiatolá al Sistani, participará de um
encontro inter-religioso em Ur e se encontrará com os cristãos do país.
“De coração aberto, o Papa
Francisco, com a sua simplicidade, com seu ardor missionário, vai testemunhar o
que está na sua Carta Encíclica ‘Fratelli tutti’, ensinando que as diferenças
não são barreiras para se construir a amizade social. Quando as diferenças são
trabalhadas e administradas no amor e no compromisso fraterno do diálogo, elas
se tornam riquezas”, assinalou.
Nesse sentido, Dom Walmor
considerou que cada cristão do mundo, e não apenas os iraquianos, podem
“inspirar-se no exemplo do Papa Francisco, testemunhando a fé não apenas com
palavras, mas com a disponibilidade para dialogar, para ouvir, cultivando
proximidade”.
Para o Arcebispo, “essa
presença afetuosa, sincera, é forte testemunho do Evangelho, inspira pessoas,
transforma culturas”.
“Permaneço em comunhão com
Papa Francisco em minhas orações, suplico a Deus que o ilumine de modo ainda
mais especial nessa sua importante missão no Iraque. Deus seja louvado por sua
coragem, por seu coração aberto, por sua exemplaridade fraterna, é o que o
mundo mais precisa”, concluiu.
Fonte: ACI Digital